Friday, September 22, 2006

Conto do pez e do louro

Gostava à bruta daquele cheiro intenso da resina de pinheiro na destilaria. Sub-repticiamente, com todas as cautelas, introduziu-se nas instalações da fábrica. Não queria mais nada senão inalar, inalar, inalar…
Chegou-se bem perto da barca, onde o cheiro lhe pareceu ser mais forte. Empoleirou-se e foi aí que a coisa se deu. Caiu lá dentro.
Destilaram-no ao meio-dia.
Derramaram-no, juntamente com o resto do pez daquela “fornada”, num tabuleiro longo, onde ficou a secar.
Mais tarde veio o controlador de qualidade, homem competente mas um pouco distraído e recolheu pequenas amostras cúbicas para análise laboratorial.
O operador colocou-as, duas de cada vez, na máquina com a escala cromática. Espreitou pelo óculo e, acto contínuo, ouviu-se um berro de aflição:
- Jacinto, o que fazem um olho e meio nariz dentro das minhas amostras?
Jacinto não estava por perto.
(não sei porquê, mas acho que o cheiro da resina dentro do gabinete não me está a fazer nada bem)

Thursday, September 21, 2006

Noite

A noite, com o seu espesso manto negro, tinha acabado de cair.
Coitada. Parece que tropeçou no manto e caiu. Com tanta força que partiu uma perna. Por sorte o primo Horácio estava de serviço no banco do Hospital. Davam-se bem e o primo era um excelente profissional. Fez-lhe o gesso, proibiu-a de andar e, mais ainda, de cair.

(É o que faz andar a ler Mário-Henrique Leiria)

Tuesday, September 19, 2006

e o "Ruço" lá aguentou

Monday, September 18, 2006

Noivado

Estendeu os braços carinhosamente e avançou, de mãos abertas e cheias de ternura.
- És tu, Ernesto, meu amor?
Não era. Era o Bernardo. Isso não os impediu de terem muitos meninos e não serem felizes. É o que faz a miopia.

Mário-Henrique Leiria

Thursday, September 14, 2006



hoje apetecem-me...

magnólias ao lusco-fusco?