Wednesday, January 30, 2008

Programa de investigação

Sei que olho para ti como se já tivesses morrido. Não podes já convencer-me de nada, existes numa esfera onde não navego. Nem dor nem raiva, sinto conforto e falo de ti no passado.
E no entanto
Indico-te mil caminhos,
Deixo-te pedrinhas brancas a marcar o caminho de mim

Não trilhas nenhum, vagueias em volta de alguma pedra negra que lá não pus; depois recuas, o medo a atrapalhar-te as escolhas que nunca soubeste fazer, sempre à espera que o vento te empurre numa ou noutra direcção, alheia à tua vontade e responsabilidade. Mais fácil é acusar o vento. Andar ao sabor dele, por comodismo ou simples tentação.

A propósito, nem sei o que te tenta agora. A morte levou-te, lembras-te? e aos mortos falta toda a espécie de curiosidade – nem te importarão viagens, nem tesouros, nem aventuras de cama e mesa.
Ao contrário da minha gata preta, para a qual um simples caixote de papelão é um programa de investigação inteiro!!!

Sunday, January 13, 2008

ressaca

eu sabia ou pelo menos suspeitava, que quando acabasse "o trabalho" se passaria qualquer coisa sem explicação e mesmo muito, muito estranha - não que tenha já entregue o trabalho, mas só lhe farei mais uns retoques, a cosmética, por assim dizer.
nunca tomei drogas, álcool só muito de vez em quando, mas suspeito que o quadro que me corresponde se chama ressaca, por isso desculpem qualquer coisinha...