Wednesday, May 24, 2006

Violência doméstica

Os números são impressionantes, sobretudo porque seguramente se tratará de uma estimativa (julgo ter percebido que se contabilizaram os casos noticiados na imprensa) por defeito – 33 mulheres morreram no ano passado, em Portugal, vítimas da dita violência.

Ocorre-me um episódio breve, relatado por uma amiga de longa data. Não me lembro do contexto da discussão, dos motivos que levaram o casal a desentender-se, ou melhor, talvez tenha procurado esquecê-los e tenha tido êxito!
Sei que a discussão levou a que a minha amiga se levantasse da cama e se refugiasse no sofá da sala. Não lhe apetecia estar acompanhada de quem a tinha ofendido, pelo menos por algum tempo. Assim, tão simples como isto. Durou pouco, o seu “capricho”. Ele chegou e apontou-lhe com o dedo o caminho do quarto, acrescentando, em tom convincente que, ou ia para o quarto ou saía pela porta da rua. A minha amiga foi para o quarto, engolindo a revolta. Os dados estavam lançados. Daí para a frente, bater para quê? Se a prepotência e o medo já estavam instalados, e a baixos custos!
Pensando bem, quantas serão as mulheres que não têm um episódio parecido com este por contar?

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